quinta-feira, 24 de abril de 2008

Biofertilizante no cultivo de orquídeas

Está cada vez mais comum o uso de biofertilizante entre os colecionadores e produ­tores de orquídeas pelo mundo. Este biofertilizante, mais conhecido co­mo Bokashi, é de uso milenar na Ásia. Os introdutores desta técnica no Brasil vieram com os primeiros imigrantes japoneses.

O Bokashi nada mais é do que farelos agregados a outros compo­nentes orgânicos fermentados ou pré-fermentados. Este material libera nu­trientes para as plantas, principal­mente, pela degradação realizada por microorganismos benéficos.

Dependendo dos materiais que se tenha à disposição, pode-se pro­duzir um adubo muito eficiente no cultivo de qualquer tipo de plan­ta, desde espécies de hortas até mesmo aquelas mais sensíveis co­mo orquídeas.

Entender o biofertilizante deve ser o primeiro passo para obter bons resultados. O Bokashi precisa ser en­carado como um composto "vivo", pois contém centenas de espécies de fungos, bactérias, actinomicetes, entre outros microorganismos junto aos farelos e outros materiais.

Pode-se comparar o Bokashi com aqueles "potinhos" de leite fermen­tado com lactobacilos, encontrado no comércio. Eles não servem somen­te como alimento, mas também con­trolam o nosso trato intestinal com bactérias benéficas, proporcionando o bom funcionamento do intestino.

O composto necessita dos mi­croorganismos benéficos para a sua função e estes microorganismos des­te composto. Este é o Bokashi.

Não existe a possibilidade do uso de fungicidas ou bactericidas em plantas "adubadas" com o Boka­shi, pois eles agirão contra os mi­croorganismos presentes. A adubação química em conjunto também pode prejudicar o bom funciona­mento desse biofertilizante, pois ele pode, como os fungicidas, eliminar boa parte dos microorganismos be­néficos. Passar esta visão aos pro­dutores e colecionadores de orquí­deas é a missão mais difícil.

Além da vantagem do Bokashi como biofertilizante, pode-se tam­bém mencionar a sobre vantagem de sua durabilidade. Como os mi­croorganismos é que irão liberar os nutrientes, com o seu crescimento no Bokashi, na verdade, eles tam­bém liberarão boa parte dos nu­trientes para as plantas. Dependen­do dos compostos na mistura, já se consegue Bokashi agindo continuadamente por até quatro meses.

Mas a grande vantagem conse­guida pelo seu uso é a proteção extra dada pelos microorganismos pre­sentes. Eles são antagônicos a mui­tos outros microorganismos causa­dores de doenças nas plantas, isto é, aqueles presentes no Bokashi ini­bem o desenvolvimento de fungos e bactérias. Doenças como a podridão – negra e murcha dos bulbos não são encontradas em plantas aduba­das com Bokashi.

Composição do bokashi tradicional

50% farelo de arroz; 20% farelo de mamona ou de soja; 15 % casca de arroz; 10% farelo de trigo; 03% farinha de osso; 02% farinha de peixe.

•Roberto Jun Takane é engenheiro agrônomo, professor da Faculdade Cantareira, coordenador de projetos ligados à floricultura pela mesma entidade e produtor de flores, em Atibaia, SP. Contatos: (11) 6090-5900 e takane@cantareira.br.

Texto retirado da revista “Cultivando orquídeas”

2 comentários:

Rezende disse...

Que fungos e bactérias são estas?
De onde são retirados e como são acrescentados aos componentes da mistura ou farelos?
Como é feita esta tal fermentação?
Como saber se o Bokashi que encontro no mercado é de boa qualidade?
Pode causar danos às raizes das plantas, por contato, após a aplicação?
Tais fungos e bactérias podem produzir doenças em seres humanos e animais se inalados ou ingeridos acidentalmente?
Grato
Dr. Rezende

amapola disse...

Gente, o bokashi é um ótimo biofertilizante, aqui na net temos varios exemplos de como produzi-lo
não vão se arrepender.
Não faz dano a planta
A fermentação é provocada ou natural
Não produz doenças ao ser humano
tem cheiro de yogurte
aprendi com os japoneses.

Jose Roberto vidal de Souza
São Francisco do Sul
Santa catarina